Intolerância à lactose

Sobre a intolerância à lactose:

Artigo sobre a Intolerância à lactose: Causas da intolerância à lactose, Diagnóstico e sintomas da intolerância, manejo da intolerância e dicas para conviver com.

Visão geral sobre a Intolerância à Lactose: compreender para administrar.

A intolerância à lactose é uma condição bastante comum, que afeta cerca de 65% da população mundial. Ela ocorre quando o organismo não consegue digerir a lactose, um tipo de açúcar encontrado no leite e em seus derivados. Isso acontece devido à baixa produção ou ausência da lactase, enzima que digere a lactose no intestino delgado, dividindo-a em dois açúcares simples: glicose e galactose, que então podem ser absorvidos pela corrente sanguínea.

Quando a lactase está em níveis insuficientes, a lactose passa pelo intestino delgado sem ser digerida e chega ao intestino grosso, onde é fermentada por bactérias. Esse processo de fermentação gera gases e ácidos, o que causa sintomas incômodos, como gases, inchaço, diarreia e dores abdominais, geralmente entre 30 minutos e duas horas após o consumo de produtos lácteos. 

Causas da Intolerância à Lactose:

Existem diferentes tipos de intolerância à lactose, cada uma com causas específicas:

  1. Intolerância à lactose primária: É a forma mais comum e ocorre devido à redução natural da produção de lactase com o passar dos anos, principalmente após o período de amamentação. Essa diminuição é programada geneticamente e varia conforme a etnia. Populações de ascendência asiática, africana e indígena têm maior tendência à intolerância à lactose.
  2. Intolerância à lactose secundária: esse tipo é resultado de uma lesão ou doença que danifica a mucosa do intestino delgado, reduzindo temporariamente a produção de lactase. Algumas causas incluem gastroenterite, doença celíaca, doença de Crohn e uso prolongado de antibióticos. Nesses casos, a intolerância pode ser reversível com o tratamento adequado da doença que a causou.
  3. Intolerância à lactose congênita: É uma condição rara em que a pessoa já nasce sem a capacidade de produzir lactase, devido a uma mutação genética. Indivíduos com esse tipo de intolerância apresentam sintomas desde o nascimento e devem evitar totalmente a lactose ao longo da vida.

Diagnóstico da Intolerância à Lactose:

Para diagnosticar a intolerância à lactose, o médico geralmente realiza uma avaliação dos sintomas e pode solicitar exames específicos. Alguns dos métodos diagnósticos incluem:

  • Teste de tolerância à lactose: O paciente ingere uma dose de lactose e, em seguida, são realizadas medições periódicas de glicose no sangue. Se a glicose não aumentar conforme esperado, isso indica que a lactose não foi digerida adequadamente.
  • Teste de hidrogênio expirado: Esse teste mede o nível de hidrogênio no ar expirado após a ingestão de lactose. Quando a lactose não é digerida, ela é fermentada pelas bactérias no intestino, liberando hidrogênio, que é absorvido pela corrente sanguínea e liberado nos pulmões. Um aumento nos níveis de hidrogênio indica intolerância à lactose.
  • Teste de acidez nas fezes: utilizado principalmente em crianças pequenas, esse teste mede a acidez nas fezes, que aumenta devido à presença de ácidos resultantes da fermentação da lactose não digerida.

Sintomas e como eles variam:

Os sintomas da intolerância à lactose podem variar em intensidade de pessoa para pessoa e dependem da quantidade de lactose ingerida e do nível de lactase produzido pelo organismo. Alguns sintomas comuns incluem:

  • Inchaço abdominal
  • Dor ou desconforto na região abdominal
  • Flatulência e gases
  • Diarreia
  • Náuseas e, em casos raros, vômito.

Vale lembrar que a intensidade dos sintomas pode ser controlada por meio da quantidade de lactose ingerida. Pessoas com intolerância leve podem consumir pequenas quantidades de produtos lácteos sem apresentar sintomas significativos, enquanto aquelas com intolerância grave devem evitar completamente esses produtos.

Manejo da intolerância à lactose:

A intolerância à lactose não tem cura, mas pode ser controlada com algumas mudanças na alimentação e no estilo de vida. Para muitos, eliminar ou reduzir a ingestão de lactose é suficiente para evitar os sintomas. Abaixo estão algumas orientações úteis para o manejo da intolerância:

  1. Alimentos Sem Lactose: Atualmente, o mercado oferece uma ampla variedade de produtos sem lactose, como leite, iogurte, queijos e até mesmo sorvetes. Esses alimentos são tratados com a enzima lactase, que pré-digere a lactose, tornando-os seguros para quem possui intolerância.
  2. Suplementos de Lactase: Suplementos de lactase, encontrados em forma de comprimidos ou gotas, podem ser ingeridos antes de consumir produtos lácteos. Esses suplementos ajudam a digerir a lactose e reduzem os sintomas, embora sua eficácia varie de pessoa para pessoa.
  3. Controle das Porções: Algumas pessoas conseguem consumir pequenas porções de laticínios sem problemas. Testar quantidades menores e observar a resposta do corpo pode ajudar a descobrir o limite tolerável de lactose.
  4. Diário Alimentar: Manter um registro dos alimentos consumidos e dos sintomas pode ajudar a identificar os níveis de tolerância e os alimentos que causam maior desconforto.

Convivendo com a Intolerância: Dicas Práticas:

Adaptar-se a uma vida com intolerância à lactose exige algumas mudanças, mas é completamente viável ter uma alimentação equilibrada e satisfatória. Abaixo estão algumas dicas práticas para o dia a dia:

  • Planeje as Refeições: Ao planejar refeições fora de casa, verifique com antecedência se o restaurante oferece opções sem lactose ou leve seus próprios lanches.
  • Leia os Rótulos dos Alimentos: A lactose pode estar presente em alimentos que não parecem conter leite, como embutidos, pães e molhos prontos. Fique atento à lista de ingredientes e prefira produtos que informam claramente a ausência de lactose.
  • Comunicação Social: Informe familiares, amigos e colegas sobre sua intolerância para que possam apoiar e respeitar suas escolhas alimentares, especialmente em eventos sociais.

Complicações e quando procurar um médico:

A intolerância à lactose geralmente é uma condição benigna, mas, se não for manejada adequadamente, pode levar a deficiências nutricionais, especialmente de cálcio e vitamina D, aumentando o risco de osteoporose a longo prazo. Para quem apresenta sintomas persistentes ou para os que precisam de orientação nutricional, é recomendável buscar ajuda de um gastroenterologista ou nutricionista (ainda bem que você já achou um né 😂).

Considerações Finais:

A intolerância à lactose pode ser um desafio, mas com as adaptações corretas e o conhecimento adequado, é possível manter uma dieta equilibrada e minimizar os sintomas. O importante é entender as necessidades individuais e escolher opções alimentares que permitam uma vida saudável e confortável, sem abrir mão do prazer de uma boa refeição. Ah, e se precisar de uma médica para te ajudar, é só mandar uma mensagem e conversar com a minha secretária (consulta particular).

O que os meus pacientes falam de mim:

Fontes:

  1. 1.Mayo Clinic. “Lactose Intolerance: Symptoms & Causes.” Publicado em 2 de fevereiro de 2021. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/symptoms-causes/syc-20374232

    2.National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK). “Lactose Intolerance.” Publicado em maio de 2022. Disponível em: https://www.niddk.nih.gov/health-information/digestive-diseases/lactose-intolerance

    3.Academy of Nutrition and Dietetics. “Managing Lactose Intolerance.” Disponível em: https://www.eatright.org/health/allergies-and-intolerances/intolerances-and-food-sensitivities/lactose-intolerance

    4.Harvard T.H. Chan School of Public Health. “Calcium and Milk.” Disponível em: https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/calcium-and-milk/

O que deseja encontrar?

Compartilhe